Não se pretende fazer aqui crítica literária. Sou um cidadão do mundo que sente amor natural pelos livros. Na minha casa as paredes estão cobertas pelos livros. E falo com eles ou melhor eles falam comigo como se fossemos grandes amigos. Revelam-me os seus segredos e os conhecimentos dos seus autores ou contam-me histórias onde se inscrevem valores humanitários universais.

São ensaios, romances, contos e narrativas, peças de teatro, clássicos e modernos, mas também sobre o ambiente ou tecnologias úteis no nosso dia-a-dia. São obras que fazem parte da minha paixão pelos livros e que humildemente indicamos como sinal e guia para quem deseje conhecer conteúdos que julgamos dignos e fiáveis.

E porque desejo transmitir uma análise que embora pessoal seja minimamente correcta nem sempre consigo manter a actualidade que seria normal se a falta de tempo por abraçar outras actividades não o impedisse. Mas aqui estarei sempre que possa.

Gil Montalverne


PALAVRAS PARA JOSÉ SARAMAGO
Fundação José Saramago
Editorial Caminho

Este livro, lançado no dia do aniversário da Fundação José Saramago, reune alguns das centenas de textos que foram publicados em todo o mundo após a morte do grande Nobel da Literatura portuguesa. Pilar del Rio, nessa cerimónia onde se reuniram muitos dos autores e dos amigos de Saramago. Disse que foi extraordinariamente difícil fazer essa escolha tal era a quantidade de textos que foram escritos e que estavam guardados na Fundação. Assim depreendemos que se trata da escolha possível onde estão representados nomes da literatura e do jornalismo português, como também de países como Alemanha, Argentina, Bélgica, Brasil, Canadá, e por aí fora até ao Reino Unido e Uruguay, enfim ao todo 24 países. Assim, escritores, jornalistas, professores, críticos literários e mesmo políticos ali estão representados nas suas palavras mais ou menos eloquentes, mais ou menos literárias, mas todas elas transmitindo as suas diversas sensibilidades e sobretudo a admiração e o porquê dessa mesma admiração por aquele que era um amigo, um companheiro, um irmão ou um mestre e que tinha partido para uma viagem de onde não se volta. Que poderia eu escrever aqui, para além do muito que também tenho escrito sobre Saramago, para vos deixar este livro admirável no meu AMOR PELOS LIVROS. Nas Palavras para José Saramago está tudo dito - ou quase pois faltará sempre mais a dizer – sobre esta admirável figura que ficará para sempre na nossa História, quer pela importância imortal da sua obra quer pelos seus dotes humanistas de amor pela liberdade e pela paz, combatente sem limites da desigualdade, da corrupção, da miséria, da fome e das injustiças que pululam neste mundo em que vivemos. Amado por muitos, odiado por alguns que não souberam compreender a grandeza das suas virtudes expressas em palavras e gestos, José Saramago, para mim como felizmente para muitos mais por todo esse mundo, não morreu. Estará sempre vivo e presente na nossa memória e aqui fica nesta casa de Amor pelos Livros porque foi por eles que se deu melhor a conhecer e se tornou amado e admirado.

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A CASA DA SABEDORIA
Jonathan Lyons
Editorial Presença

O Autor conta a história da célebre Casa da Sabedoria, dos califas que a apoiaram e das pessoas que nela trabalharam, a um ritmo absorvente e vibrante. E de facto, é extraordinário como foi entre os árabes que nasceram as grandes descobertas científicas daquele tempo e que depois foram trazidas para o ocidente. Neste livro está bem patente que ao longo da época medieval, ao contrário do que acontecia na Europa, as mais variadas áreas da cultura, desde a filosofia à matemática e a astronomia eram estudadas e largamente desenvolvidas pelas mentes dos sábios islâmicos que não se cansavam de inovar e apresentar soluções para problemas que intrigavam a humanidade. Aproveitando-se de um célebre académico cristão, chamado Adelardo, que viajou largamente pelo Oriente com o propósito de aumentar os seus conhecimentos, o autor acompanha-nos numa viagem espantosa às fontes de sabedoria que se centravam naquelas paragens longínquas, nomeadamente a célebre Biblioteca real de Bagdad, conhecida de facto como a Casa da Sabedoria. Ali se reunia toda a vasta série de descobertas originadas no pensamento oriental. É notável como a língua árabe foi durante muito tempo aquela que permitia uma troca valiosíssima de saberes e obras primitivamente escritas em idiomas ocidentais eram de imediato traduzidas para o árabe. Não existe aqui, nem essa foi a ideia do autor qualquer aprovação dos desmandos de etnias radicais e fundamentalistas que hoje fervilham nessas regiões. É curioso, no mundo actual e na presente crise, que parecem ambas dividir o Oriente e o Ocidente, concluirmos que os povos do outro lado desta barricada que se tem formado entre um mundo e o outro, foram de facto os iniciadores de todo o conhecimento que depois foi desenvolvido deste lado em que nos situamos. E é pena que não exista a paz e entendimento suficiente para tentarmos viver, num respeito mútuo pelas tradições particulares de cada um, sem coarctar a liberdade e respeitando os mais elementares direitos humanos. Não fosse de facto a crise actual e as divisões a que estamos a assistir e seria com um prazer muito maior que aqui deixaria esta Casa da Sabedoria no meu Amor pelos Livros, lugar que de facto merece pela verdade que nos transmite e pelos ensinamentos valiosos que nos traz.

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Conspiração OCTOPUS
Daniel Estulin
Ed. A Esfera dos Livros

Daniel Estulin tornou-se mundialmente conhecido com os livros em que descreveu tudo o que até aí tinha sido silenciado sobre as célebres reuniões dos membros do Clube Bilderberg. Neste mesmo espaço poderão rever as notas que então escrevi sobre essas obras. 3 milhões de obras vendidas em 75 países dão uma ideia do interesse despertado no público que ficou a saber como eram montados os cordelinhos da política – estava tentado a dizer “dos politiqueiros” – no mundo em que vivemos e sofremos. Quem são, como agem, quem os informa, enfim, tudo isso Estulin conseguiu investigar. E o certo é que desde então pouco se tem ouvido falar de tais reuniões. Desta vez, o consagrado jornalista e escritor, resolveu trazer-nos o seu primeiro romance no género Thriller . E nada de mais actual do que na grave crise económica que o mundo atravessa, descrever mais uma vez como uma poderosa organização secreta que dá pelo nome de Octopos, ou seja o Polvo, tenta reunir os códigos de contas dos grandes especuladores bancários, das enormes contas que uns tantos corruptos reuniram à custa do trabalho dos que mais sofrem. E embora as intenções de tal seita também não esteja imbuída dos mais elementares escrúpulos humanistas, o que o autor, com a sua enorme experiência de investigador, nos vai descrevendo são novamente os meandros de um mundo obscuro onde prevalecem os falsos valores que dominam a actualidade. O que poderia ser um simples thriller está baseado em informações seguras que ele conseguiu sempre obter. A crise mundial em que vivemos só poderia ser salva por um homem que no livro acaba por ser assassinado. Claro que nos fica a pergunta de como seria isso possível. Sonho imaginado de alguém que não é suposto poder existir e que conseguisse dominar todos os recantos onde se esconde todo o tipo de especulação que oprime os mais fracos e desprotegidos, não seria assim que o problema mundial se resolveria. Mas o livro vale pela descrição que novamente o autor consegue trazer-nos, agora sob a forma romanceada que pode e deve ser lida de modo diferente dos seus livros anteriores, do que se está passando à nossa volta. Digamos que é um outro modo de nos informar sobre aquilo que se passa. E talvez seja também um modo de nos ajudar a melhor pensar e reagir sobre a forma como sair deste fosso em que alguns, poucos, lançaram o resto da humanidade. Os resultados estão todos os dias nas notícias difundidas pelos órgãos da comunicação social sobre a situação nos mais diversos países, mesmo aqueles que até há pouco tempo julgávamos livres e ilesos do alcance de uma crise que tal como dizia alguém que muito admiramos, escritor insigne, muitas vezes aqui lembrado: “A crise actual não é uma crise económica. É uma crise de valores.

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